Ciberataques que toda empresa deveria conhecer e evitar

1. Introdução: por que os mesmos ataques ainda funcionam tão bem?

Mesmo com avanços importantes em tecnologia e maior atenção à segurança digital, os ataques cibernéticos seguem atingindo empresas com frequência preocupante. E, mais do que isso, continuam explorando falhas que o mercado já conhece há anos.

Uma pesquisa de 2025 conduzida pela Grant Thornton, em parceria com o escritório Opice Blum, revela que 79% das empresas brasileiras se sentem mais expostas a ataques cibernéticos.

Esse dado traduz um paradoxo comum: mesmo com maior investimento em proteção, muitas organizações ainda operam com lacunas em seus controles. Isso inclui acessos frágeis, endpoints sem monitoramento contínuo e/ou políticas de prevenção que não evoluíram no mesmo ritmo dos riscos.

É nesse cenário que os ataques mais frequentes continuam funcionando. E não porque são novos ou desconhecidos, mas porque exploram pontos que seguem desprotegidos.

Neste artigo, vamos analisar tipos de ciberataques que merecem atenção imediata, e entender por que eles ainda representam riscos concretos, mesmo para empresas que já têm alguma estrutura de segurança.

Boa leitura!

2. Ransomware: sequestro de dados com impacto direto no negócio

Entre os vetores de ataque mais recorrentes em ambientes corporativos, o ransomware segue liderando em impacto. Se trata de um tipo de malware projetado para bloquear o acesso a sistemas e dados essenciais, exigindo o pagamento de um resgate para restaurar o funcionamento da operação.

Sua forma mais comum de atuação envolve criptografia de arquivos estratégicos, como bancos de dados, servidores e aplicações críticas. Em seguida, o atacante exibe uma mensagem com instruções para pagamento, geralmente em criptomoedas, o que dificulta o rastreamento.

Nos cenários mais recentes, o ransomware tem operado em duas frentes: além de criptografar, ele também copia dados sensíveis e ameaça divulgá-los publicamente, mesmo após o pagamento. Essa abordagem, conhecida como dupla extorsão, amplia a pressão sobre a empresa e eleva os riscos de danos à reputação e à conformidade regulatória.

Setores com alta dependência de disponibilidade, como Financeiro, Saúde, Logística e Varejo, são especialmente sensíveis ao impacto. Em muitos casos, a indisponibilidade de sistemas dura horas ou dias, comprometendo toda a cadeia de operação e atendimento.

Esse tipo de ataque raramente é isolado. Em diversas ocorrências, o ransomware é apenas o ponto final de um processo que envolveu movimentação lateral dentro da rede, elevação de privilégios e acesso prévio por outras vias. Uma dessas, como veremos a seguir, é o phishing.

3. Phishing: o ataque que começa por um clique e abre portas críticas

O phishing é um dos métodos mais comuns de entrada para ataques cibernéticos em empresas. Ao simular comunicações legítimas, ele engana usuários e contorna barreiras técnicas, facilitando o acesso indevido a informações e sistemas, muitas vezes sem levantar suspeitas imediatas.

Esse tipo de ameaça atua explorando fatores humanos: atenção fragmentada, excesso de confiança ou contextos de urgência. E-mails, mensagens ou sites falsos imitam fornecedores, colegas ou plataformas conhecidas, usando logotipos, nomes reais e linguagem ajustada ao perfil da empresa. Basta uma ação, como clicar, responder ou baixar, para que a segurança seja comprometida.

Algumas variações ajudam a dimensionar a sofisticação atual desses ataques:

  • Spear phishing: e-mails personalizados para setores ou perfis específicos;
  • Whaling: mensagens direcionadas a executivos e tomadores de decisão;
  • Smishing e vishing: abordagens via SMS ou chamadas com alto apelo emocional.

Mais do que um golpe isolado, o phishing frequentemente serve de ponto de partida para ataques mais estruturados. Com credenciais legítimas em mãos, invasores podem escalar acessos, movimentar-se lateralmente dentro do ambiente e preparar ações mais graves, como o sequestro de dados ou a instalação de malwares persistentes.

Por isso, identificar e mitigar esse tipo de ameaça é essencial. A seguir, entramos em outro risco que muitas vezes se mantém ativo por longos períodos antes de ser detectado: o malware.

4. Malware: a infiltração silenciosa que expõe dados e sistemas

Enquanto ataques como phishing buscam enganar usuários diretamente, o malware atua nos bastidores. Trata-se de um software malicioso criado para se instalar de forma invisível, manter-se ativo e interagir com o sistema de maneiras que favorecem o invasor, sem acionar defesas logo de início.

Sua função pode ir desde a coleta silenciosa de informações e mapeamento de dispositivos até a modificação de permissões ou manipulação de processos internos. Em muitos casos, ele serve como base para persistência prolongada no ambiente, facilitando novas brechas ou viabilizando ataques coordenados.

As formas de entrada são múltiplas: anexos comprometidos, downloads inseguros, sites maliciosos ou falhas não corrigidas em softwares corporativos. Uma vez dentro, o malware opera com discrição, registrando comandos, abrindo conexões externas ou ativando funcionalidades específicas, sem interferir na rotina de forma visível. Alguns exemplos incluem:

  • Trojans, que se disfarçam de softwares legítimos para abrir portas no sistema;
  • Spywares, que monitoram silenciosamente atividades e coletam dados confidenciais; e
  • Keyloggers, que registram tudo o que é digitado, como senhas e acessos sensíveis.

Suas variações mais recentes incorporam técnicas que dificultam o rastreamento, como fragmentação de código, execução sob demanda ou disfarces em atualizações aparentemente legítimas.

A ameaça do malware está justamente na continuidade. Quanto mais tempo permanece sem ser detectado, maior o risco de exposição de dados, vazamento de informações estratégicas ou desestabilização de serviços críticos.

Em contraste, o próximo tipo de ataque é explícito em sua intenção: parar tudo de uma vez. Continue acompanhando para descobrir!

5. DDoS: sobrecarga como estratégia para paralisar sistemas

Diferente de ataques silenciosos, o DDoS (Distributed Denial of Service) atua de forma explícita: seu objetivo é tirar aplicações do ar, explorando a própria capacidade do ambiente digital. O impacto acontece quando uma grande quantidade de requisições simultâneas é direcionada a servidores, redes ou serviços, até que eles deixem de responder.

Essas requisições partem de dispositivos distribuídos, muitas vezes infectados e controlados remotamente, formando redes chamadas de botnets. Quando acionadas, essas máquinas sobrecarregam a infraestrutura com tráfego automatizado, impedindo o uso legítimo por clientes e colaboradores.

A interrupção, nesses casos, pode durar minutos ou se estender por horas, afetando sites, sistemas ERPs, APIs, portais de atendimento e outros canais críticos. Empresas que operam com vendas online, serviços financeiros ou suporte em tempo real sentem o reflexo imediato, em receita, imagem e experiência do cliente.

O que torna o DDoS ainda mais perigoso é seu uso como distração. Há registros de ataques em que a negação de serviço serve apenas como fachada, enquanto, em paralelo, acontece uma invasão ou extração de dados. Assim, a queda de sistemas deixa de ser o problema central e passa a ser o gatilho para algo maior.

Ao comprometer a disponibilidade, um dos pilares da cibersegurança, o DDoS expõe a fragilidade da operação e coloca em risco tanto a continuidade do negócio, quanto a confiança dos clientes.

E, se até aqui falamos de ameaças externas, é importante lembrar: muitas vezes, os riscos mais críticos estão dentro da própria organização. Esse é o próximo ponto do nosso conteúdo.

6. Ameaças internas: falhas e acessos indevidos que comprometem a segurança

Quando se fala em ciberataques, a atenção costuma se voltar para agentes externos. Mas uma parte significativa dos incidentes nasce dentro da própria empresa. As chamadas ameaças internas podem ter diferentes origens: erros não intencionais, práticas inseguras no dia a dia ou, em situações mais críticas, a ação deliberada de alguém com acesso autorizado.

Nem sempre há má intenção. Muitas vezes, os riscos surgem de processos mal estruturados, como permissões excessivas, credenciais ativas após o desligamento de colaboradores ou dispositivos sem atualização. Esses descuidos criam brechas que podem ser exploradas de forma rápida e difícil de rastrear. Em outros casos, o problema está em usuários que utilizam privilégios de forma indevida para manipular dados, copiar arquivos confidenciais ou até comprometer a operação.

A complexidade está justamente no fato de que esses acessos partem de dentro. Como são realizados com credenciais legítimas, não soam suspeitos de imediato, tornando sua detecção mais desafiadora. É por isso que modelos como o Zero Trust vêm ganhando força: em vez de confiar automaticamente em qualquer acesso, cada interação deve ser continuamente validada. Somado a isso, o monitoramento de comportamento ajuda a identificar padrões anômalos, como tentativas de acesso fora do horário ou movimentações incomuns de dados.

Essas medidas não eliminam o risco, mas reduzem drasticamente a janela de exposição. Mais do que reconhecer a ameaça, o desafio está em construir resiliência para lidar com ela em escala. E esse é o próximo passo da nossa análise: como transformar práticas isoladas em uma estratégia consistente de defesa.

7. Como fortalecer defesas diante de ataques que evoluem constantemente?

Os ataques não param de evoluir, logo, a defesa precisa acompanhar o mesmo ritmo. Empresas resilientes são aquelas que tratam a segurança como uma operação viva, ajustada continuamente às mudanças do negócio e do cenário digital.

Para isso, algumas camadas de cibersegurança são indispensáveis:

  • SOC (Security Operations Center): monitoramento contínuo para identificar anomalias e responder a incidentes em tempo real;
  • EDR (Endpoint Detection and Response): proteção ativa nos dispositivos, com detecção de comportamentos suspeitos e bloqueio imediato;
  • Backups inteligentes e validados: cópias criptografadas e testadas periodicamente para garantir recuperação confiável diante de incidentes críticos;
  • Análise recorrente de vulnerabilidades: antecipação de riscos e correção de falhas antes que sejam exploradas;
  • Zero Trust e governança de acessos: aplicação do princípio do menor privilégio, com validação constante, inclusive para usuários internos;
  • Conscientização estratégica: equipes treinadas e engajadas, reduzindo riscos ligados a engenharia social e más práticas no dia a dia.

Na Skyone, reunimos esses pilares em um ecossistema integrado que simplifica a gestão de segurança sem perder profundidade técnica. Com serviços de SOC, EDR, análise de ameaças, backups avançados e governança baseada em Zero Trust, apoiamos empresas a construírem defesas que antecipam riscos, aceleram respostas e mantêm a confiança necessária para crescer em um ambiente digital cada vez mais desafiador.

Se você busca elevar a maturidade da sua operação e preparar sua empresa para os próximos desafios de cibersegurança, fale com um especialista da Skyone. Estamos prontos para apoiar sua jornada com soluções completas e visão de longo prazo!

8. Conclusão: segurança é um processo em movimento

A cada novo incidente, fica evidente que a vulnerabilidade não está apenas na sofisticação dos ataques, mas na rapidez com que eles se reinventam. Essa velocidade torna a segurança um esforço contínuo, que precisa se renovar junto com o ambiente digital e os próprios modelos de negócio.

Nesse cenário, o desafio das empresas não é eliminar o risco, mas construir defesas que evoluam na mesma velocidade. E isso exige uma estratégia consistente, que una tecnologia, processos e pessoas em torno de um mesmo objetivo: manter a continuidade com segurança.

Na Skyone, entendemos que cibersegurança não pode ser apenas reação: precisa ser parte da estratégia empresarial, sustentada por monitoramento contínuo, análise inteligente de ameaças e governança de acessos que acompanham o crescimento dos negócios. Essa visão permite avançar com confiança, sem abrir mão da inovação e da eficiência.

Em suma, segurança não é destino, mas movimento. E nesse movimento está a oportunidade de amadurecer processos, fortalecer equipes e criar empresas mais preparadas para o amanhã.


Quer continuar essa reflexão? Para isso, recomendamos também a leitura deste outro artigo: Cibersegurança: como proteger os dados da sua empresa na era digital.

Autor

  • Caco Alcoba

    Com vasta experiência em cibersegurança, Caco Alcoba é um verdadeiro guardião do mundo digital. Na "Coluna do Caco", no LinkedIn da Skyone, ele compartilha análises afiadas sobre ameaças cibernéticas, proteção de dados e estratégias para manter a segurança no ambiente digital em constante evolução.

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