VPN e trabalho remoto: a linha de defesa contra ataques modernos

1. Introdução: por que a VPN segue indispensável em 2025

O trabalho remoto já não é mais uma alternativa, mas parte da rotina de milhares de empresas no mundo todo. Essa transformação trouxe ganhos em flexibilidade e produtividade, mas também abriu espaço para um tipo de vulnerabilidade que cresce de forma silenciosa: o acesso corporativo feito fora das paredes da empresa.

De acordo com o relatório X-Force Threat Intelligence Index 2024, da IBM, mais de 36% das violações analisadas tiveram origem em credenciais comprometidas, muitas delas exploradas em conexões remotas sem camadas adequadas de proteção. Esse número revela um ponto crítico: não é apenas a sofisticação dos ataques que preocupa, mas o fato de que a porta de entrada muitas vezes é o próprio colaborador conectado de casa, de um café ou em trânsito.

É nesse contexto que a VPN permanece relevante. Longe de ser uma tecnologia ultrapassada, ela atua como a primeira barreira para blindar acessos corporativos, criando um túnel criptografado que protege dados em trânsito e dificulta interceptações. Ainda assim, nenhuma organização pode depender dela de forma isolada, já que a cibersegurança passa por estratégias multicamadas.

Neste artigo, vamos mostrar por que o trabalho remoto se tornou um novo campo de batalha digital, como a VPN se diferencia em sua versão corporativa e de que forma ela deve evoluir dentro de uma arquitetura mais ampla de cibersegurança.

Vamos lá?

2. Ambientes remotos: um novo campo de batalha digital

A lógica do perímetro corporativo tradicional, exclusivamente dentro de um escritório físico, deixou de existir. Hoje, colaboradores se conectam de casa, celulares, cafés, aeroportos ou em redes públicas, e cada um desses acessos representa uma nova borda de ataque. Assim, o desafio não está apenas em proteger servidores e aplicações, mas em garantir que o elo mais frágil (o endpoint remoto) não se transforme em porta de entrada para toda a organização.

De acordo com o Verizon Data Breach Investigations Report 2024, 74% das violações analisadas tiveram envolvimento do fator humano, seja por credenciais roubadas, queda em campanhas de phishing ou falhas em dispositivos sem proteção adequada.

Nesse cenário, algumas ameaças se destacam:

  • Phishing altamente direcionado a credenciais corporativas, explorando distrações em ambientes domésticos;
  • Malwares que sequestram sessões abertas, usando brechas em dispositivos comprometidos para acessar sistemas internos;
  • Endpoints desatualizados ou sem EDR ativo, que permitem a movimentação lateral de invasores após a primeira invasão.

Esses vetores mostram que a discussão sobre cibersegurança no trabalho remoto não pode se limitar a firewalls e antivírus. A superfície de risco é dinâmica e, para enfrentá-la, as empresas precisam repensar como blindam o acesso remoto.

É aqui que a VPN corporativa se torna protagonista: não como uma solução isolada, mas como a primeira barreira invisível que reconstrói um perímetro confiável e prepara o terreno para camadas adicionais de proteção — como veremos a seguir.

3. VPN corporativa: a barreira invisível contra ataques

Se o ambiente remoto ampliou os pontos de vulnerabilidade, a VPN corporativa tem o papel de reconstruir um perímetro confiável, em um cenário em que a rede deixou de ter fronteiras fixas. Sua função não é apenas criptografar dados em trânsito, mas garantir que o acesso remoto ocorra sob políticas definidas pela empresa, reduzindo o risco de movimentações não autorizadas.

A confusão entre VPN corporativa e VPN de uso pessoal ainda é frequente. Enquanto as versões comerciais foram desenhadas para dar anonimato na navegação, a VPN corporativa responde a requisitos de segurança e governança que vão muito além disso. Entre eles estão:

  • Integração com diretórios corporativos (AD/Azure AD), centralizando autenticação e facilitando a gestão de identidades;
  • Split tunneling seguro, permitindo que apenas o tráfego corporativo transite pelo túnel;
  • Políticas de acesso granular, controlando quais aplicações cada grupo pode utilizar;
  • Logs e rastreabilidade completos, indispensáveis para auditoria e conformidade regulatória.

Na prática, isso significa que a VPN corporativa não apenas protege informações contra interceptação, mas também ajuda a manter visibilidade e governança sobre acessos corporativos em escala distribuída.

Na Skyone, ampliamos essa visão com o recurso Cloud Connect, que elimina a dependência de senhas e substitui a autenticação tradicional por certificados digitais. Isso garante não só criptografia e governança avançada, mas também a possibilidade de revogar acessos em tempo real, reforçando a resiliência contra credenciais comprometidas.

Mas apesar da sua relevância, a VPN corporativa não é um recurso isolado. Ela é o primeiro elo de uma estratégia mais ampla, que precisa ser complementada por outras abordagens. É esse caminho de evolução que exploraremos na próxima seção.

4. Além da VPN: Zero Trust e MFA como camadas indispensáveis

A VPN corporativa é fundamental, mas sozinha não responde à complexidade do trabalho remoto de hoje. Se antes bastava criar um túnel seguro entre usuário e sistema, hoje é preciso assumir que nenhuma conexão deve ser considerada confiável por padrão.

Esse é o princípio da abordagem Zero Trust: cada acesso é verificado em tempo real, considerando identidade, dispositivo, localização e até o comportamento do usuário. Na prática, ele substitui a lógica de “acesso liberado após autenticação inicial” por um modelo de validação contínua. Isso reduz significativamente as chances de que credenciais comprometidas ou sessões sequestradas se transformem em um ataque bem-sucedido.

Por outro lado, a autenticação multifatorial (MFA), é uma das peças mais concretas desse quebra-cabeça. Ela garante que, mesmo que um invasor obtenha login e senha, não consiga prosseguir sem um segundo fator de autenticação, seja biometria, token físico e/ou um código temporário. É um recurso simples de aplicar, mas decisivo para evitar que credenciais roubadas se tornem brechas catastróficas.

Quando combinados, VPN, Zero Trust e MFA criam uma arquitetura de acesso remoto mais resiliente. A VPN protege o tráfego em trânsito; o Zero Trust garante que cada solicitação seja validada; e o MFA bloqueia o uso indevido de credenciais. O resultado é um ambiente onde mobilidade e segurança podem coexistir.

Na Skyone, essa visão já é realidade. Nossa plataforma Autosky aplica princípios de Zero Trust em ambientes de nuvem corporativa, controlando acessos com base em identidade e contexto. Em paralelo, nosso recurso SOC Skyone monitora continuamente padrões de conexão, identificando desvios que podem sinalizar tentativas de invasão.

Avançar além da VPN não significa substituí-la, mas conectá-la a uma estratégia de múltiplas camadas. Essa combinação é o que separa empresas que apenas “apagam incêndios” daquelas que constroem resiliência de forma contínua.

E para que esse modelo funcione na prática, não basta tecnologia: é preciso estabelecer políticas de acesso bem definidas e visibilidade permanente sobre quem acessa o quê. É justamente isso que veremos a seguir!

5. Políticas e visibilidade: transformando o acesso remoto em estratégia de segurança

Como defendemos, a maturidade em cibersegurança não depende apenas da tecnologia em uso, mas de como ela é aplicada e monitorada no dia a dia. É por isso que políticas de acesso bem definidas e visibilidade centralizada são tão importantes: elas garantem que as regras não fiquem apenas no papel, mas funcionem como um sistema vivo de governança digital.

Entre as políticas que mais fazem diferença em ambientes distribuídos podemos citar:

  • Privilégio mínimo e segmentação de funções: limita permissões, reduzindo o alcance de um ataque em caso de credenciais comprometidas;
  • Critérios contextuais de acesso: considera variáveis como dispositivo, localização e horário para permitir ou bloquear conexões;
  • Separação de camadas: divide dados sensíveis e sistemas legados sob VPN corporativa; aplicações SaaS acessadas via MFA, SSO ou CASB;
  • Auditoria acionável: quando registros não apenas armazenam logs, mas também permitem investigar e responder rapidamente a incidentes;
  • Revogação em tempo real: a capacidade de encerrar sessões e cortar acessos assim que uma atividade suspeita é detectada.

Essas políticas só se tornam efetivas quando acompanhadas de visibilidade contínua. Monitorar padrões de conexão, identificar anomalias e correlacionar eventos em tempo real é o que transforma controle em prevenção.

Aqui entram soluções como o SOC Skyone e a Análise de Ameaças, que funcionam como uma torre de observação digital, capaz de enxergar movimentos sutis que poderiam passar despercebidos em um cenário distribuído.

Ao integrar políticas claras com monitoramento ativo, as empresas deixam de operar no escuro e passam a tratar o trabalho remoto não como uma vulnerabilidade, mas como uma frente estratégica de proteção e continuidade.

Para tornar tudo isso mais prático, reunimos no próximo tópico um checklist com as medidas que não podem faltar em equipes remotas seguras. Confira!

6. Checklist rápido para equipes remotas seguras

Garantir segurança no trabalho remoto não é apenas escolher ferramentas, mas estruturar práticas consistentes que reduzam riscos no dia a dia. Para facilitar esse caminho, reunimos abaixo um checklist objetivo com as medidas que formam a base de qualquer estratégia de proteção:

  1. Implemente uma VPN corporativa robusta: configure criptografia avançada, integre-a ao diretório corporativo (AD/Azure AD) e aplique políticas de acesso segmentado;
  2. Exija MFA em todos os acessos críticos: proteja aplicações e sistemas sensíveis com múltiplos fatores de autenticação;
  3. Aplique o princípio do privilégio mínimo: conceda a cada usuário apenas os acessos estritamente necessários para sua função;
  4. Segmente a rede corporativa: isole áreas críticas e evite que uma invasão em um endpoint comprometa toda a infraestrutura;
  5. Proteja endpoints com EDR ativo: instale e mantenha soluções de detecção e resposta para monitorar dispositivos remotos em tempo real;
  6. Mantenha sistemas atualizados: aplique patches de segurança continuamente para eliminar brechas exploráveis;
  7. Monitore conexões de forma centralizada: utilize SOC e Análise de Ameaças para identificar anomalias e agir antes que virem incidentes;
  8. Treine periodicamente as equipes contra phishing: conscientize usuários sobre fraudes digitais e fortaleça a linha de frente da defesa.

Esse checklist funciona como um ponto de partida estruturado. Ele cobre desde a proteção do acesso e dos dispositivos até o fator humano, que continua sendo um dos vetores mais explorados em ataques.

Mas lembre-se: ele não é o ponto final. Sem camadas adicionais de Zero Trust, monitoramento contínuo e governança digital, a segurança remota continuará exposta. É essa evolução, do básico bem-feito para uma arquitetura multicamadas, que irá diferenciar sua empresa, preparando-a de verdade para o futuro.

Se você quer entender como aplicar esse checklist à realidade da sua organização e avançar para um modelo de segurança multicamadas, nossos especialistas Skyone estão prontos para conversar! Juntos, podemos desenhar uma estratégia que equilibre produtividade, mobilidade e proteção de dados em qualquer cenário de trabalho para o seu negócio. Fale agora com a gente!

7. Conclusão: o futuro do trabalho remoto é multicamadas

Atualmente, o trabalho remoto é o centro de como as empresas operam, colaboram e competem. Essa mudança ampliou fronteiras, mas também dissolveu o perímetro tradicional de segurança. O desafio agora não está em impedir o remoto, mas em transformá-lo em uma extensão confiável do ambiente corporativo.

Por isso, a verdadeira resiliência não virá de uma única ferramenta ou barreira, e sim da capacidade de orquestrar múltiplas camadas, do privilégio mínimo ao monitoramento contínuo. Empresas que conseguirem alinhar esses elementos não apenas reduzirão riscos, mas também criarão uma base sólida para crescer com confiança em um mercado cada vez mais distribuído.

Em outras palavras, a segurança não deve ser um freio, mas um habilitador. Quando bem desenhada, ela abre espaço para mobilidade, colaboração e inovação sem comprometer a proteção dos dados e da operação.

Se você quer se aprofundar nessa reflexão e entender como a cibersegurança pode deixar de ser apenas um mecanismo de defesa, para se tornar diferencial estratégico de negócio, continue acompanhando os conteúdos sobre esse pilar tão importante aqui em nosso blog!

FAQ: perguntas frequentes sobre VPN, cibersegurança e trabalho remoto

A segurança do trabalho remoto gera dúvidas recorrentes, algumas técnicas, outras estratégicas. Reunimos abaixo respostas diretas para os pontos mais levantados por gestores e equipes de TI que precisam equilibrar produtividade e proteção em ambientes distribuídos.

1) Como saber se minha VPN foi comprometida?

Sinais comuns incluem conexões vindas de localizações incomuns, tráfego de rede fora do padrão e tentativas de login simultâneas em diferentes regiões. Além disso, falhas de autenticação ou logs de acesso suspeitos podem indicar comprometimento. Por isso, a VPN deve estar integrada a um SOC ou SIEM, que permite monitorar anomalias e responder rapidamente a incidentes.

2) A VPN protege contra vazamento de dados internos?

Não totalmente. A VPN cria um túnel criptografado que protege dados em trânsito, mas não impede que um usuário autorizado copie ou compartilhe informações sensíveis de forma indevida. Para mitigar esse risco, é indispensável combinar VPN com políticas de privilégio mínimo, auditoria de acessos e monitoramento contínuo.

3) Posso permitir acesso direto a SaaS sem VPN?

Sim, desde que haja um controle de identidade forte. Aplicações SaaS modernas podem ser acessadas com segurança por meio de MFA, SSO e soluções CASB, dispensando a VPN. No entanto, sistemas legados e dados sensíveis continuam demandando proteção via VPN corporativa. A escolha depende do tipo de aplicação e da criticidade das informações envolvidas.

4) O que é CASB e quando preciso dele além da VPN?

CASB (Cloud Access Security Broker) é uma camada de controle entre usuários e aplicações em nuvem. Ele oferece visibilidade, políticas de segurança e proteção contra compartilhamento indevido de dados em serviços SaaS. É necessário quando a organização adota fortemente ferramentas em nuvem e precisa garantir governança, algo que a VPN sozinha não resolve.

5) Qual a diferença entre VPN, ZTNA e SASE?

Essas três siglas representam diferentes estágios de maturidade em segurança de acesso remoto. Embora muitas vezes apareçam na mesma conversa, elas têm funções complementares:

  • VPN: cria um túnel criptografado entre usuário e rede corporativa, protegendo o tráfego em trânsito;
  • ZTNA (Zero Trust Network Access): aplica validação contínua de identidade, dispositivo e contexto, assumindo que nenhuma conexão é confiável por padrão;
  • SASE (Secure Access Service Edge): combina rede e segurança em uma única camada distribuída na nuvem, unindo VPN, ZTNA, CASB, firewall e outros recursos em um modelo integrado.

Em suma, enquanto a VPN é a base para acessos remotos seguros, ZTNA e SASE representam estágios mais avançados de uma arquitetura multicamadas.

Autor

  • Caco Alcoba

    Com vasta experiência em cibersegurança, Caco Alcoba é um verdadeiro guardião do mundo digital. Na "Coluna do Caco", no LinkedIn da Skyone, ele compartilha análises afiadas sobre ameaças cibernéticas, proteção de dados e estratégias para manter a segurança no ambiente digital em constante evolução.

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