Phishing: como escapar de um dos golpes mais comuns da internet?

1. Introdução: o golpe é velho, mas a abordagem é nova

Você provavelmente já recebeu uma mensagem que parecia urgente demais para ser ignorada, como um alerta do banco, uma cobrança inesperada, um link de rastreio de uma suposta encomenda… Em tempos de rotina acelerada, esse tipo de abordagem funciona. E é exatamente isso que os ataques de phishing exploram.

No Brasil, 30,5% das vítimas de phishing reconheceram ter caído no golpe, segundo um estudo publicado pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), em parceria com a PLOS ONE. E relatórios globais, como o Verizon Data Breach Investigations Report (DBIR), reforçam essa tendência ao apontar que o phishing está entre as principais portas de entrada para incidentes de segurança em todo o mundo.

Esses dados revelam algo importante: por mais que a ameaça seja conhecida, ela segue eficaz. Não porque as pessoas são desatentas, mas porque os golpes estão cada vez mais convincentes, e muitas vezes passam despercebidos até por profissionais experientes.

Neste artigo, vamos entender o que mudou nas táticas de phishing, por que o fator humano segue no centro do problema e, principalmente, o que sua empresa pode fazer para criar uma barreira prática, eficiente e proativa contra esse tipo de ataque.

Vamos nessa?

2. O phishing mudou e suas defesas precisam evoluir junto

Se antes bastava desconfiar de um erro de português duvidoso ou de um remetente estranho, hoje os ataques de phishing jogam em outro nível. Eles imitam com precisão a estética de e-mails corporativos, usam nomes reais de colegas e, muitas vezes, fazem pedidos que parecem perfeitamente plausíveis, porque foram pensados com base no seu contexto.

Essa sofisticação tem um propósito: passar despercebida — e funciona. O ataque não tenta mais forçar a porta. Ele “bate com educação”, se apresenta como alguém conhecido e espera ser convidado a entrar.

Essa evolução também se reflete nos canais mais usados. O phishing por e-mail continua relevante, mas hoje ele divide espaço com variações igualmente perigosas: o spear phishing, altamente direcionado, que explora informações reais sobre a vítima; o smishing, feito por mensagens de texto e aplicativos de chat; e o vishing, em que a fraude acontece por ligações de voz, muitas vezes simulando instituições legítimas. Diferentes formas, mesmo objetivo: explorar a confiança para abrir caminho ao ataque.
Por isso, as defesas precisam ir além da tecnologia. É preciso combinar ferramentas, sim, mas também ter processos claros, cultura de atenção e uma dose saudável de ceticismo. Segurança, nesse cenário, deixa de ser um software e passa a ser uma prática cotidiana.

E tudo começa pela capacidade de reconhecer quando algo está fora do lugar. No próximo tópico, vamos mostrar os sinais que costumam passar batido e por que eles merecem mais atenção do que parecem.

3. Sinais ignorados: os pequenos erros que abrem a porta para o ataque

Nenhum ataque de phishing é perfeito. Mesmo nas tentativas mais sofisticadas, há sempre algo que destoa. Pode ser um domínio sutilmente diferente, um link que redireciona para fora do site oficial ou um anexo cujo formato não faz sentido para aquele contexto.

Outro indício frequente está no tom da mensagem. Um colega que costuma escrever de forma direta, mas de repente envia um e-mail formal demais. Ou uma instituição que altera repentinamente o estilo de comunicação. Esses pequenos desvios, quando passam despercebidos, se tornam a porta de entrada para o ataque.

O desafio é que, na correria do dia a dia, esses sinais acabam passando batido. E basta uma distração para que um ataque bem elaborado avance sem resistência. Reconhecer o detalhe é essencial, mas não suficiente.

Para que a proteção seja consistente, a atenção individual precisa se somar a uma cultura organizacional que incentive a checagem, o questionamento e a validação constante. É nesse ponto que práticas simples, aplicadas de forma estruturada, fazem toda a diferença.

4. Segurança começa nas pessoas: confira ações que fazem a diferença

Nenhuma ferramenta substitui a percepção humana. Quando pensamos em segurança, é comum associar a firewalls, antivírus e monitoramento automatizado. Mas, no dia a dia, quem primeiro decide abrir um link, baixar um anexo ou autorizar uma transação é sempre uma pessoa.

Por isso, investir em conscientização contínua deixa de ser detalhe e passa a ser parte da estratégia. Não basta um treinamento isolado: é preciso criar um ambiente em que reportar dúvidas seja tão natural quanto responder a um e-mail. Empresas que amadurecem nesse ponto tratam a segurança como cultura compartilhada, e não como responsabilidade exclusiva da área de TI.

E essa cultura começa em práticas simples, mas eficazes, que podem ser aplicadas no dia a dia, como:

  • Verificar o domínio no navegador: conferir se o endereço é realmente o oficial antes de inserir qualquer senha ou dado sensível;
  • Evitar cliques em links encurtados ou desconhecidos: eles podem redirecionar para páginas falsas criadas para capturar credenciais;
  • Ativar autenticação multifator (MFA): mesmo que a senha seja comprometida, o acesso indevido não se completa sem a segunda camada de verificação;
  • Nunca compartilhar credenciais corporativas fora dos canais oficiais: pedidos de senha por e-mail, chat ou telefone são um forte indicativo de fraude;
  • Reportar comunicações suspeitas imediatamente: acionar o time de segurança ajuda a conter rapidamente uma ameaça que poderia atingir outros colaboradores.

Outro ponto crítico é a integração entre pessoas e sistemas. Equipes preparadas têm mais clareza sobre quando acionar os recursos tecnológicos certos, seja um canal de suporte de segurança ou um protocolo de bloqueio imediato. E quando esse reflexo está bem treinado, o tempo de resposta cai drasticamente.

Na Skyone, trabalhamos essa combinação ao unir soluções de monitoramento contínuo, como o SOC, que correlaciona logs e alertas de diferentes sistemas para detectar anomalias em tempo real, e o EDR, que observa o comportamento dos endpoints e aciona respostas automatizadas sempre que identifica algo suspeito.

Todo esse suporte técnico se soma a práticas que valorizam o fator humano. Porque, no fim das contas, tecnologia sem preparo das pessoas é insuficiente, e pessoas sem apoio da tecnologia ficam vulneráveis.

Essa soma cria uma barreira sólida. Mas ainda existe um ponto decisivo: como reagir quando, mesmo com todas as defesas, o golpe consegue passar? Acompanhe para descobrir!

5. Se o golpe passou, cada minuto conta: como reagir?

Por mais maduras que sejam as defesas, nenhuma empresa pode se considerar imune. Sempre haverá o risco de um ataque de phishing escapar. A diferença está no que acontece depois.

Quando isso ocorre, a prioridade é conter rapidamente: isolar máquinas suspeitas (desconectar o dispositivo da rede para impedir propagação); suspender credenciais comprometidas (revogar acessos de contas afetadas) e interromper acessos não autorizados (bloquear sessões em andamento). Cada minuto de atraso aumenta a chance de o incidente se espalhar para outros sistemas ou usuários.

Em seguida, vem a comunicação clara e imediata. Informar os times internos, e quando necessário, parceiros e clientes, evita que outros sejam enganados pela mesma abordagem. A transparência é decisiva para reduzir danos e preservar confiança.

Por último, é preciso transformar o incidente em aprendizado. Investigar como o ataque foi bem-sucedido, quais barreiras falharam e o que precisa ser reforçado é o que diferencia empresas que apenas reagem daquelas que amadurecem continuamente sua segurança.

É com esse olhar que nós da Skyone estruturamos nossas soluções de cibersegurança. Do monitoramento 24/7 via SOC, à detecção avançada em endpoints com EDR, até a análise preditiva de ameaças, oferecemos não apenas tecnologia, mas a capacidade de agir com velocidade e inteligência diante de incidentes. Tudo isso para garantir que um ataque de phishing não se torne uma crise de negócio.

Quer entender como levar essa resiliência para a sua empresa? Fale com um de nossos especialistas Skyone e descubra nossas soluções para proteger seu ambiente de forma contínua e inteligente.

6. Conclusão: o futuro da proteção digital é não parar diante dos ataques

Não há dúvidas: o phishing continuará evoluindo. Ele irá explorar novos canais, adotar linguagens ainda mais sofisticadas e se apoiar em tecnologias emergentes para parecer cada vez mais convincente. Mas isso não significa que as empresas estão condenadas a viver como reféns do próximo golpe.

A verdadeira maturidade digital não nasce da ilusão de evitar todos os incidentes, mas da capacidade de reagir com agilidade e aprender com cada tentativa frustrada. É essa combinação, de preparo humano, processos bem definidos e tecnologia de resposta em tempo real, que impede que um ataque pontual se transforme em um problema estrutural.

E quando olhamos para o cenário atual, percebemos que o phishing é uma peça de um tabuleiro bem mais amplo de ameaças. Entre elas, o ransomware tem se consolidado como uma das mais destrutivas. Para expandir essa visão e entender como essa outra ameaça age, vale conferir outro conteúdo de nosso blog: Manual de sobrevivência ao ransomware: como agir antes, durante e depois de um ataque?.

Porque, no fim das contas, segurança não significa prometer imunidade. Segurança significa garantir que nenhum ataque tenha o poder de paralisar a sua empresa, seja phishing, ransomware ou qualquer outro.

Autor

  • Caco Alcoba

    Com vasta experiência em cibersegurança, Caco Alcoba é um verdadeiro guardião do mundo digital. Na "Coluna do Caco", no LinkedIn da Skyone, ele compartilha análises afiadas sobre ameaças cibernéticas, proteção de dados e estratégias para manter a segurança no ambiente digital em constante evolução.

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