Remediação de vulnerabilidades: dicas para corrigir os problemas encontrados no Pentest

Em um mundo onde a segurança cibernética não é mais uma questão de escolha para as empresas, identificar e corrigir vulnerabilidades em sistemas e redes é essencial para proteger dados confidenciais e garantir a integridade das operações.

Nesse sentido, uma das ferramentas mais utilizadas é o Pentest – prática importante onde especialistas simulam ataques a sistemas de informação para identificar vulnerabilidades. O objetivo é encontrar e corrigir as falhas antes que indivíduos mal-intencionados possam explorá-las.

Entretanto, após realizado o Pentest, surge a necessidade vital de remediação. A correção das falhas detectadas é um passo fundamental para proteger os ativos da empresa contra potenciais ataques. 

Assim, a remediação de vulnerabilidades deve ser realizada de forma estratégica, com uma abordagem metódica que priorize as ameaças com maior potencial de impacto e trabalhe de forma a reduzir os riscos de maneira eficaz.

É por isso que, neste artigo, exploraremos as melhores práticas e estratégias para lidar com as vulnerabilidades reveladas durante um Pentest. Desde a compreensão dos resultados até a implementação eficaz das correções, você descobrirá como priorizar as vulnerabilidades, comunicar efetivamente os problemas aos interessados e implementar soluções para fortalecer a postura de segurança da sua organização.

Boa leitura!

Por que as empresas devem usar o Pentest?

Todo negócio quer manter suas operações seguras contra possíveis ameaças cibernéticas. E não é para menos: segundo o relatório “Cyber security trends 2023: The latest threats and risk mitigation best practice – before, during and after a hack”, o número de casos em que ocorre vazamento de dados está aumentando a cada ano: dobrou de 40% em 2019 para quase 80% em 2022, com um 2023 significativamente mais alto.

Assim, o Pentest (ou teste de penetração) vem como uma ferramenta valiosa para garantir essa segurança. Isso porque ele possibilita que organizações antecipem a capacidade de invasores de explorar vulnerabilidades em seus sistemas.

O Pentest oferece a simulação de ataques cibernéticos em um ambiente controlado, possibilitando que as empresas compreendam suas fragilidades antes que criminosos digitais o façam. Profissionais qualificados em segurança da informação conduzem o Pentest com o intuito de identificar e testar a capacidade de resposta dos sistemas a diferentes tipos de intrusões.

O resultado? As empresas adquirem conhecimento aprofundado sobre a robustez de suas barreiras de segurança e compreensão clara de como podem fortalecer seus mecanismos de proteção. 

Após o teste, as ações concretas são então recomendadas para remediar os pontos fracos, elevando a resiliência da organização.

Implementando essas melhorias, as empresas aumentam significativamente sua habilidade de prevenir e reagir a incidentes que poderiam comprometer seus dados e a continuidade de seus negócios.

E é exatamente sobre essa etapa que vamos falar!


Entendendo os resultados do Pentest

Após a realização de um Pentest, é essencial entender cada aspecto dos resultados, pois são eles que guiarão as estratégias para reforçar a segurança do sistema. Por isso, analisar detalhadamente as informações do relatório e categorizá-las corretamente permite que a equipe de segurança tome decisões mais assertivas.


Interpretação dos relatórios

Os relatórios de um Pentest oferecem uma visão abrangente sobre o estado de segurança das aplicações testadas. Dessa forma, é fundamental que os profissionais da área interpretem corretamente os dados para entender o panorama de ameaças. 

Relatórios bem estruturados fornecem um roteiro para a avaliação de vulnerabilidades, assim como recomendações para a mitigação dos riscos encontrados. A etapa de reporting não é apenas sobre listar problemas, mas fornecer um contexto claro para eles, permitindo que a gestão de segurança desenvolva uma resposta eficaz.


Categorização de vulnerabilidades

As vulnerabilidades identificadas durante um Pentest são geralmente categorizadas por nível de risco, sendo esse um dos pontos cruciais do processo de análise. Essas categorias podem variar de críticas, que exigem atenção imediata, a baixas, que representam riscos menos significativos ao sistema. 

Ferramentas especializadas também podem ser empregadas nesta etapa, onde o penetration tester realiza o reconhecimento, scanning e análise detalhada das aplicações em questão.

Veja, abaixo, algumas das categorizações de vulnerabilidades mais comuns:


Gravidade

CríticaVulnerabilidades que podem permitir a execução remota de código, acesso total ao sistema ou violações graves de dados.
AltaVulnerabilidades que podem levar a um comprometimento significativo do sistema, mas com restrições adicionais em comparação com as críticas.
MédiaVulnerabilidades que podem afetar a segurança, mas são menos prováveis de serem exploradas ou têm um impacto menos severo.
BaixaVulnerabilidades que têm um impacto mínimo na segurança e são consideradas pouco prováveis de serem exploradas.


Facilidade de exploração

TrivialVulnerabilidades que podem ser exploradas facilmente, muitas vezes com ferramentas automatizadas ou sem a necessidade de conhecimento especializado.
ModeradaVulnerabilidades que requerem algum grau de conhecimento técnico ou condições específicas para serem exploradas.
DifícilVulnerabilidades que são difíceis de explorar e podem exigir um atacante com habilidades avançadas, acesso privilegiado ou uma combinação de condições.


Impacto

ConfidencialidadeVulnerabilidades que podem levar à exposição de dados confidenciais ou não autorizados.
IntegridadeVulnerabilidades que permitem a alteração de dados ou sistemas sem permissão.
DisponibilidadeVulnerabilidades que podem resultar em negação de serviço ou afetar a disponibilidade de um recurso ou sistema.
ResponsabilidadeVulnerabilidades que afetam a capacidade de rastrear e auditar ações em um sistema.


Localização

RedeRelacionadas a serviços e protocolos de rede, como servidores web, e-mail, autenticação, etc.
AplicaçãoEncontradas em aplicações web, desktop ou móveis, como falhas de injeção, falhas de lógica de negócios, etc.
Sistema operacionalRelacionadas a configurações incorretas, falhas de patches ou outros problemas no nível do sistema operacional.
FísicaRelacionadas à segurança física, como acesso inadequado a centros de dados ou hardware. 


Tipo

TécnicasIncluem falhas de software, configurações incorretas e problemas de design.
HumanasEngenharia social, phishing, e outras técnicas que exploram erros humanos.
OrganizacionaisPolíticas de segurança inadequadas, falta de treinamento ou processos de segurança deficientes. 


CVSS

Uma ferramenta que é comumente utilizada no meio da cibersegurança é o CVSS, ou “Common Vulnerability Scoring System”. Isso porque ele é um padrão aberto e gratuito para avaliar a gravidade das vulnerabilidades de segurança em sistemas de informação. 

O CVSS fornece uma maneira de capturar as principais características de uma vulnerabilidade e produzir uma pontuação numérica que reflete sua severidade. A pontuação pode então ser usada para ajudar organizações a priorizar a resposta e a remediação de diferentes vulnerabilidades de segurança.

Assim, o sistema de pontuação do CVSS é baseado em várias métricas que medem aspectos como a facilidade de exploração da vulnerabilidade, o impacto de uma exploração bem-sucedida e se há algum tipo de mitigação ou condições específicas necessárias para explorar a vulnerabilidade.


Priorizando a remediação de vulnerabilidades

Priorizar a remediação de vulnerabilidades do Pentest é um processo fundamental para reforçar a segurança dos sistemas de informação, determinando quais devem ser corrigidas de imediato para mitigar riscos relevantes.

Confira como fazer isso:


O que é mais importante remediar primeiro?

Não tem mistério: vulnerabilidades críticas devem ser tratadas como prioridade máxima. Isso porque são falhas que oferecem caminho direto para que atacantes comprometam sistemas de maneira significativa, afetando a confidencialidade, integridade ou disponibilidade dos dados. 

Assim, identificá-las é essencial, ponderando elementos como o potencial de exploração e o impacto no negócio. Após a identificação, a correção imediata dessas vulnerabilidades é vital para a manutenção de um ambiente seguro.

O valor que a informação possui para a empresa, bem como sua relevância para questões de compliance, também deve influenciar no planejamento da remediação. Vulnerabilidades que ameaçam dados críticos ou que colocam a organização em risco legal demandam atenção prioritária.


Ferramentas e metodologias de priorização

Para executar uma priorização eficiente, existem ferramentas e metodologias que auxiliam neste processo. Utilizar uma matriz de risco, por exemplo, permite organizar as falhas identificadas com base em sua gravidade e no impacto para a empresa. 

O escopo de cada vulnerabilidade encontrada no Pentest deve ser avaliado, considerando a probabilidade de ocorrência e a facilidade de remediação. Técnicas podem ser aplicadas em um formato de triagem para determinar a ordem de correção, tais como a classificação das vulnerabilidades com rótulos de crítico, alto, médio e baixo risco, como vimos anteriormente. 

Ferramentas de gestão de vulnerabilidade também automatizam parte desse processo e ajudam na manutenção de um inventário das falhas, sua respectiva prioridade e no monitoramento contínuo da postura de segurança da organização. 


Estratégias de remediação de vulnerabilidades

Antes de falarmos sobre as formas de lidar com vulnerabilidades descobertas durante o Pentest, é fundamental compreender as estratégias de remediação e os benefícios de se ter um plano de ação bem desenvolvido durante esse processo. 


Correção vs. mitigação

Você conhece a diferença entre corrigir e mitigar?

Correção se refere ao processo de corrigir completamente uma vulnerabilidade, eliminando-a do sistema. Isso geralmente envolve a atualização de software, a aplicação de patches de segurança ou a modificação de configurações de sistemas.

Já a mitigação, por outro lado, significa reduzir o impacto ou a probabilidade de exploração de uma vulnerabilidade encontrada. Alguns métodos de mitigação incluem:

  • Implementação de controles de acesso mais rigorosos;
  • Adição de autenticação de múltiplos fatores;
  • Restringir privilégios de usuário ao mínimo necessário.

A mitigação costuma ser temporária e muitas vezes adotada quando uma correção imediata não está disponível no momento.


Por que desenvolver um plano de ação?

Elaborar um plano de ação é uma etapa essencial para a remediação de vulnerabilidades do Pentest. O plano deve ser claro e detalhado, incluindo:

  • Um cronograma para correção ou mitigação;
  • Métricas para medir o progresso da remediação;
  • Canais de comunicação definidos para relatar avanços e desafios.

Um plano de ação bem estruturado garante que as vulnerabilidades sejam tratadas de maneira eficiente, minimizando os riscos de ataques e explorações. Ele também estabelece uma base para estratégias de segurança a longo prazo, mantendo todas as partes informadas e envolvidas.


Implementando correções de segurança

Após a identificação e a categorização das vulnerabilidades encontradas no Pentest, é imprescindível que as equipes de segurança de TI das empresas apliquem as correções de forma eficaz e metódica, protegendo aplicações web e infraestruturas de nuvem contra ataques.

Vejamos, abaixo, as melhores práticas:


Melhores práticas para a aplicação de patches

A aplicação de patches de segurança deve seguir um protocolo rigoroso para garantir que não apenas as falhas sejam corrigidas, mas que novas vulnerabilidades não sejam introduzidas no processo. 

Inicialmente, é essencial estabelecer um calendário regular de updates, garantindo a atualização contínua das soluções de segurança. Assim, as empresas devem investir no treinamento de suas equipes, assegurando que tenham o conhecimento e as habilidades necessárias para a implementação correta dos patches.

Patches críticos devem ser aplicados imediatamente após serem liberados pelos desenvolvedores, enquanto outros podem ser agendados de acordo com sua criticidade. Utilize ferramentas automatizadas de gerenciamento de patches para identificar, testar e aplicar atualizações de segurança em toda a infraestrutura de TI.


Testando a eficácia das correções

Uma vez que as remediações são feitas, é importante verificar se as vulnerabilidades foram devidamente sanadas. Aqui entra em cena uma nova rodada de Pentest, que deve ser feita para confirmar a eficácia das correções. 

A execução contínua de testes de segurança após as correções é parte integrante do ciclo de vida de segurança de uma aplicação ou infraestrutura na nuvem. Isso porque, como vimos, eles geram relatórios detalhados que permitem aos profissionais de TI ajustar e aperfeiçoar as estratégias de segurança conforme necessário, fortalecendo a postura de segurança da organização contra futuros ataques.


Comunicação e documentação das remediações

No âmbito do Pentest, a comunicação clara e efetiva é vital durante todo o processo de remediação das vulnerabilidades identificadas. Os resultados encontrados devem ser reportados de maneira detalhada, sempre levando em consideração a discrição e o profissionalismo, para evitar a exposição desnecessária de dados sensíveis.

A documentação é outra peça chave na fase de remediação. Ela deve incluir:

  • Descrição das vulnerabilidades: detalhes técnicos do ponto de falha;
  • Impacto potencial: o que poderia acontecer se a vulnerabilidade fosse explorada;
  • Recomendações de remediação: medidas para corrigir ou mitigar riscos;
  • Prazos e responsáveis: quem irá remediar e quais os prazos estabelecidos.

Essa documentação serve como um registro oficial que pode ser revisado e auditado quando necessário e também como um guia para a implementação de práticas de segurança melhores e mais eficazes.

A etapa de remediação do Pentest é a ação propriamente dita de corrigir as vulnerabilidades. Assim, cada ação deve ser bem documentada, incluindo a estratégia de remediação adotada e a verificação da eficácia das correções aplicadas, garantindo que as falhas de segurança foram devidamente tratadas e que o mesmo ponto de falha não será exposto novamente.


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A eficácia de um Pentest depende fortemente da expertise dos profissionais envolvidos e das ferramentas utilizadas durante o processo. A Skyone se destaca por oferecer uma abordagem profunda e completa aos desafios de cibersegurança, combinando experiência de mercado com uma suíte de ferramentas avançadas.

Assim, nossos especialistas verificam de forma proativa se existem brechas para acesso às suas informações confidenciais, a possibilidade de negação dos serviços, o sequestro dos dados com fins de solicitação de resgate e muito mais.

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Conclusão

A realidade é que dados sensíveis, quando expostos, podem resultar em danos irreparáveis para as empresas. Por isso, a inclusão do Pentest dentro do ciclo de vida de desenvolvimento de software e a manutenção periódica das análises de segurança são medidas proativas essenciais para a prevenção de incidentes.

A implementação regular de testes de penetração é uma estratégia que contribui significativamente para a resiliência de uma organização diante das ameaças digitais em constante evolução. Ela é fundamental para garantir que as práticas de segurança estejam eficientes e atualizadas, refletindo o compromisso com a proteção de ativos vitais.

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