Migração de dados para Data Lake: o que saber antes de começar

1. Introdução: por que a migração para Data Lake redesenha o negócio

Migrar dados para um Data Lake é muito mais do que mover arquivos ou contratar mais espaço em nuvem. É uma decisão estratégica, porque redefine como os dados fluem, se conectam e se transformam em valor. Mas toda decisão estratégica exige preparo — e é aí que muitas empresas tropeçam.

Segundo a TDWI, 85% das organizações relatam que o tempo e o esforço para integrar novas fontes de dados é um dos principais entraves em projetos de modernização. Isso mostra que o desafio da migração não está apenas na tecnologia, mas na capacidade de estruturar o movimento com clareza: o que migrar, como preparar os dados, como garantir segurança e evitar retrabalho.

Sem esse planejamento, o Data Lake corre o risco de virar apenas um novo repositório, mais caro, mais complexo e tão limitado quanto o legado que se queria superar. Por isso, antes de começar, é fundamental entender os reais impactos da migração.

Neste artigo, vamos explorar os sinais de que o ambiente atual já não dá conta; como montar um plano de transição sem travar a operação; como estruturar governança desde o início, e principalmente, o que muda na prática quando os dados deixam de ser um problema e passam a ser um ativo estratégico.

Vamos lá?

2. Quando o legado local deixa de sustentar seu Data Lake

Todo sistema tem um ponto de ruptura, e quando falamos de dados, ele costuma chegar de forma silenciosa.

Primeiro, é uma dificuldade para integrar informações de fontes diferentes. Depois, relatórios que demoram mais do que deveriam. Aos poucos, os dados param de circular e passam a se acumular. Até que a estrutura simplesmente não acompanha mais o que o negócio precisa. Esse é o limite do legado local.Projetado para armazenar volumes menores e dados mais previsíveis, o ambiente on-premises até funcionou bem em um cenário mais estático. Mas hoje, quando falamos em migração de dados corporativos para nuvem, essa estrutura já não acompanha a velocidade e diversidade que o negócio exige.


E aqui está o ponto central: não é o Data Lake que não funciona sobre o legado. É o legado que já não sustenta a lógica de um Data Lake moderno.

Isso porque a migração para Data Lake não é só sobre espaço. É sobre elasticidade, integração contínua, segurança distribuída e escalabilidade real, atributos que a infraestrutura local não consegue oferecer sem altos custos, complexidade e risco de falhas.

Quando os dados deixam de servir ao negócio e começam a travar decisões, o sintoma mais visível não é técnico: é estratégico. O tempo de resposta encurta, a qualidade das análises cai e a TI passa a ser vista como um departamento de correção, não de inovação.

Nessa hora, insistir no legado é adiar o inevitável. O caminho para frente é construir consciência sobre o limite da estrutura atual e preparar a transição para um ambiente capaz de liberar os dados para trabalharem a favor do negócio.

Mas como planejar essa transição sem paralisar a operação que já está em andamento? É o que veremos no próximo tópico.

3. Como planejar a migração para Data Lake sem travar a operação

Migrar dados enquanto o negócio continua operando exige mais do que uma boa ferramenta: exige critério. A pressa para “modernizar tudo de uma vez” costuma ser o maior sabotador de projetos de migração. Afinal, mover dados sem planejamento pode travar sistemas essenciais, duplicar esforços e comprometer a confiabilidade das informações.

O plano de migração de dados precisa nascer do contexto da empresa: seu ritmo, suas prioridades e sua complexidade operacional. Não se trata de executar uma grande virada técnica, mas de conduzir uma transição realista e sem sobressaltos.

Confira os passos fundamentais para estruturar essa jornada com segurança:

  1. Entenda o ponto de partida: mapeie os sistemas que geram mais dados e os fluxos que mais impactam o dia a dia. Não é só onde os dados estão, mas como eles se movimentam;
  2. Defina escopo com foco em impacto: não tente migrar tudo de uma vez. Priorize a migração de dados mais críticos, aqueles que sustentam relatórios estratégicos ou que hoje sofrem mais no ambiente legado;
  3. Garanta convivência entre os ambientes: o legado precisa continuar operando enquanto o Data Lake entra em cena. Para isso, prepare integrações que evitem duplicações e garantam consistência;
  4. Automatize desde o início: pipelines de ingestão, catalogação e validação não são luxo, mas infraestrutura. Automatizar essas rotinas reduz falhas e libera a TI para tarefas mais analíticas;
  5. Implemente testes contínuos: valide não só se os dados chegaram, mas se chegaram íntegros, atualizados e com o contexto preservado;
  6. Monitore o valor em tempo real: acompanhe os ganhos da nova estrutura desde os primeiros dados migrados. Isso permite ajustar a rota rapidamente com base no que funciona e no que não funciona ainda.

Com esse plano, a migração deixa de ser um risco para se tornar uma alavanca de eficiência. A operação continua, os dados ganham fôlego e o novo ambiente começa a entregar valor antes mesmo de estar 100% completo.

Para dar certo, toda essa fluidez precisa estar ancorada em um ponto inegociável: segurança e governança desde o primeiro dado. É sobre isso que falamos a seguir!

4. Governança desde o primeiro dado: como garantir segurança real

Migrar para um Data Lake costuma nascer de uma expectativa positiva: dar mais agilidade e autonomia para as áreas de negócio. Mas se a governança não é estruturada desde o primeiro dado ingerido, essa liberdade logo se converte em risco: relatórios inconsistentes, dados sensíveis expostos e métricas que já não são confiáveis.

Governança, nesse contexto, não é sinônimo de burocracia. É a capacidade de dar contexto e confiabilidade aos dados no momento em que eles entram no Data Lake. Isso inclui três frentes que precisam caminhar juntas:

  • Metadados estruturados: cada informação traz consigo “rótulos” que indicam origem, formato, tempo de atualização e regras de uso;
  • Perfis de acesso claros: usuários acessam apenas o que têm autorização para ver, com registro de quem acessou e quando;
  • Ciclo de vida registrado: desde a ingestão até a exclusão, cada etapa do dado é rastreável e auditável.

Com isso, é possível evitar o cenário em que decisões são tomadas com base em versões diferentes do mesmo relatório ou em dados que perderam validade. Por isso, em vez de travar a operação, a governança funciona como uma rede invisível de segurança, permitindo que cada área tenha autonomia com responsabilidade.

Na prática, soluções modernas já incorporam essa lógica. Nossa plataforma Skyone Studio, por exemplo, integra governança diretamente na camada de ingestão: catalogação automática, controle de acessos e conformidade com regulamentos como LGPD e ISO 27001. Ou seja, a governança deixa de ser uma tarefa paralela e passa a ser parte nativa do processo de migração.

Quando essa estrutura está bem definida, o Data Lake deixa de ser apenas mais um repositório técnico e se transforma em um ambiente confiável para decisões com impacto direto no negócio. É justamente aí que o valor da migração começa a aparecer no dia a dia. Continue acompanhando para saber mais!

5. Valor pós-migração para o Data Lake: o que muda na prática?

A migração para um Data Lake não se encerra quando os dados são transferidos. É no uso cotidiano que o valor se revela: relatórios que ganham velocidade, integrações que se tornam invisíveis e rotinas que antes consumiam energia passam a rodar de forma automática.

Na prática, as mudanças são concretas:

  • Respostas mais rápidas: análises que exigiam horas em ambientes locais passam a ser processadas em minutos, viabilizando decisões ainda durante uma negociação ou reunião estratégica;
  • Crescimento previsível: o aumento de volume de dados deixa de gerar gargalos. O ambiente em nuvem cresce sob demanda, sem investimentos antecipados em infraestrutura;
  • Indicadores consistentes: uma base única elimina divergências entre relatórios e versões duplicadas, trazendo clareza e confiança para áreas que dependem de números precisos;
  • Integração contínua: dados de ERP, CRM e aplicações externas deixam de ser silos e passam a formar uma visão única do negócio;
  • Automação inteligente: rotinas de ingestão, validação e enriquecimento deixam de depender de esforço manual, ganhando confiabilidade e liberando a equipe de TI para atividades mais estratégicas.

E esses efeitos já se materializam em resultados de mercado. A Panasonic, referência global no setor de eletroeletrônicos, reduziu em 75% o tempo de processamento de informações e obteve 65% de economia em custos operacionais ao modernizar seu ecossistema de dados com o Skyone Studio.

Já o Grupo Wish, um dos maiores nomes da hospitalidade no Brasil, alcançou 5x mais eficiência na gestão de dados com Data Lake em nuvem, e reduziu em 90% seus custos operacionais ao automatizar processos com agentes de IA, também com o Skyone Studio.

No fim, o valor da migração aparece quando os números deixam de contar apenas o passado e passam a antecipar o próximo passo. Essa virada, de relatórios atrasados para decisões em tempo real, é o que faz do Data Lake um motor estratégico para inovação e competitividade.

Se sua empresa está avaliando esse movimento, converse com um de nossos consultores Skyone! Estamos prontos para ajudar a transformar a complexidade da migração em uma jornada clara, segura e alinhada ao ritmo do seu negócio.

6. Conclusão: migração bem feita é a ponte entre o caos e a inteligência


A migração para um Data Lake marca a passagem de um negócio que reage aos dados para um negócio que age com os dados. Essa diferença se revela no dia a dia: relatórios que chegam no tempo certo, decisões que não dependem de suposições e equipes que deixam de perder energia em tarefas repetitivas para se concentrar no que realmente importa.

Esse salto não acontece por acaso. Ele é resultado de escolhas conscientes: reconhecer o limite do legado, planejar a transição sem comprometer a operação e estruturar governança desde o início. É esse conjunto que separa um Data Lake que funciona como simples repositório, de outro que se torna a engrenagem central da estratégia.

A migração é o começo. O movimento seguinte é criar uma cultura que faça dos dados parte do processo decisório. Para aprofundar esse tema, recomendamos a leitura de outro artigo em nosso blog: Como analisar dados para uma abordagem data driven?.

Autor

  • Theron Morato

    Especialista em dados e chef de cozinha nas horas vagas, Theron Morato traz um olhar único sobre o universo dos dados, combinando tecnologia e gastronomia em metáforas irresistíveis. Autor da coluna "Data Bites" no LinkedIn da Skyone, ele transforma conceitos complexos em insights saborosos, ajudando empresas a extraírem o melhor de seus dados.

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