Integração de sistemas via API: descubra os principais tipos

No cenário digital atual, a integração de sistemas é um aspecto essencial para o funcionamento harmonioso e eficiente de qualquer negócio. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Grand View Research, espera-se que o mercado global de interação de sistemas cresça a uma taxa anual composta (CAGR) de 13,8% de 2023 a 2030.

Diante desse cenário, à medida que as empresas buscam otimizar processos, maximizar a produtividade e fornecer experiências excepcionais aos clientes, a integração de sistemas via APIs (Interface de Programação de Aplicações) vem como uma solução poderosa.

Isso porque as APIs permitem a comunicação fluida entre diferentes sistemas e aplicativos, facilitando a automação de processos e a troca de dados em tempo real, o que pode levar a uma significativa otimização de recursos e melhor experiência do usuário.

Por isso, neste artigo, exploraremos a vasta paisagem das integrações de sistemas através das APIs. Desde a sua definição até os diferentes tipos e benefícios que oferecem, mergulharemos no assunto para ajudar você a entender e aproveitar ao máximo essa tecnologia essencial.

Fique com a gente!

Qual é a importância da integração de sistemas para as empresas?

A integração de sistemas é uma estratégia vital para maximizar a eficiência e coesão dos processos empresariais. Isso porque ela permite que diferentes sistemas e aplicativos compartilhem dados e comuniquem-se de forma eficaz, contribuindo decisivamente para a otimização dos processos e potencializando a tomada de decisões baseadas em dados.

O que são integrações via APIs?

Integrações via APIs são mecanismos pelos quais sistemas de software distintos trocam informações e instruções de maneira segura e eficiente. APIs funcionam como pontes que permitem que dados fluam entre plataformas de forma controlada, assegurando que a comunicação seja realizada sem entraves e com alta integridade dos dados. 

Assim, a utilização de APIs favorece a agilidade dos processos e fortalece a estrutura tecnológica das organizações como um todo.

Quais são os tipos mais utilizados?

Diante desse cenário, existem alguns tipos de integrações de sistemas via API que são comumente utilizados, cada um adequado para diferentes casos de uso. Veja quais são eles:

• REST: APIs baseadas em recursos mais utilizadas atualmente;
• SOAP: considerado o tipo mais seguro devido à conformidade com padrões;
• GraphQL: tipicamente usado para carregar dados de um servidor para um cliente;
• Webhook: permitem que aplicações web recebam notificações automáticas em tempo real.

A seguir, veremos sobre cada um deles com mais detalhes:

Integração REST (Representational State Transfer)

A integração REST é uma abordagem amplamente adotada para o compartilhamento de dados entre sistemas, proporcionando uma interação segura, confiável e descomplicada.

Conceito e princípios do REST

REST é um conjunto de princípios arquitetônicos que definem como os recursos estão formatados e transferidos pela Web. Utiliza métodos padrões do HTTP e é baseado no uso de recursos, cada um identificado por URIs e acessado via protocolo HTTP. As seis restrições fundamentais do REST incluem:

• Interface uniforme;
• Sem estado (stateless);
• Cacheável;
• Cliente-servidor;
• Sistema em camadas;
• Código sob demanda (opcional).

Esses princípios garantem que a integração REST suporte o compartilhamento de dados de maneira eficaz, mantendo o sistema simples e modular.

Casos de uso e benefícios das integrações REST

As integrações REST são utilizadas em diversas situações, como na conexão com serviços de nuvem para armazenamento e processamento de dados e no desenvolvimento de APIs seguras para mobile e aplicações web.

Os principais benefícios dessas integrações incluem:

• Segurança e autenticação: restringe o acesso a recursos, usando padrões como OAuth, JWT (JSON Web Tokens), proporcionando uma comunicação segura;
• Confiabilidade: é robusto em termos de estabilidade e consistência graças à natureza sem estado do REST, onde cada chamada contém todas as informações necessárias para ser realizada de forma independente;
• Flexibilidade: usar REST reduz a necessidade de middleware pesado, facilitando a integração de diferentes tecnologias e plataformas;
• Escalabilidade: a integração na nuvem, por exemplo, torna-se mais escalável e eficiente, permitindo que sistemas distribuídos se comuniquem de forma ágil e flexível.

Assim, a abordagem REST fornece aos desenvolvedores um meio poderoso de criar web services interoperáveis e de alta performance.

Integração SOAP (Simple Object Access Protocol)

A integração de sistemas com o protocolo SOAP é reconhecida por sua segurança e confiabilidade, sendo uma escolha sólida para ambientes corporativos que demandam troca de dados eletrônicos complexa e segura.

Conceito e princípios do SOAP

O SOAP é um protocolo de comunicação que permite a integração entre sistemas distintos através da troca de mensagens em formato XML. Esse protocolo destaca-se por sua compatibilidade ampla com diferentes plataformas e linguagens de programação, e pela sua capacidade de operar sobre vários protocolos de transporte como HTTP e SMTP. 

O princípio central do SOAP é facilitar a comunicação em ambientes distribuídos, priorizando a segurança e a confiabilidade. Ele suporta mecanismos como WSS (Web Services Security), fornecendo um nível robusto de proteção para as mensagens transmitidas entre os sistemas.

Casos de uso e benefícios das integrações SOAP

Por serem muito seguras, as integrações SOAP são frequentemente empregadas em casos de uso onde a segurança dos dados é crítica, como transações bancárias online, reservas de viagens e operações de serviços de saúde. 

Assim, seu conjunto de regras estritas e capacidade de lidar com troca de dados eletrônicos complexos tornam-no ideal para setores que não podem abdicar das garantias de integridade e confidencialidade da informação.

Além da segurança e da interoperabilidade, as soluções SOAP são escolhidas devido a outras vantagens, tais como:

• Padronização: SOAP é um protocolo padronizado que segue um conjunto rigoroso de normas. Isso facilita a interoperabilidade entre diferentes sistemas e tecnologias;
• Transações confiáveis: SOAP pode ser usado em conjunto com outras especificações como WS-AtomicTransaction e WS-ReliableMessaging, que permitem transações complexas e confiáveis, garantindo a entrega de mensagens e a integridade das operações;
• Extensibilidade: devido ao uso de XML, SOAP é altamente extensível. Pode-se definir conjuntos de regras e funcionalidades adicionais conforme necessário para atender a casos de uso específicos;
• Neutralidade: o SOAP pode operar sobre qualquer protocolo de transporte, como HTTP, SMTP, TCP, e outros, o que o torna flexível em termos de rede e facilita a sua integração em diferentes ambientes de infraestrutura.

Integração GraphQL

A integração GraphQL é uma ferramenta importante para empresas que buscam otimizar o desempenho e a flexibilidade dos seus sistemas de TI. A tecnologia proporciona uma comunicação eficiente entre diferentes APIs, tornando o processo de integração mais ágil e confiável.

Conceito e princípios do GraphQL

GraphQL é uma linguagem de consulta para APIs que permite aos clientes solicitar exatamente o que precisam e nada além. Não se trata apenas de um padrão de linguagem; é um ambiente de execução que opera na camada do servidor para processar as consultas. 

Com ele, é possível definir tipos de dados estruturados, o que significa que developers têm um entendimento claro das capacidades da API e podem escrever consultas previsíveis. Essa abordagem não só otimiza processos, mas também garante uma melhor performance, já que evita o over-fetching e under-fetching de dados.

Casos de uso e benefícios das integrações GraphQL

As integrações realizadas com GraphQL são particularmente vantajosas em cenários onde a flexibilidade e a confiança no manuseio dos dados são críticas. Entre os casos de uso, destacam-se as aplicações web e móveis, com a construção de interfaces responsivas e dinâmicas; e os microsserviços, ajudando a simplificar a comunicação entre eles, reduzindo, assim, a complexidade.

Alguns dos benefícios das integrações GraphQL incluem:

• Otimização de desempenho: solicitações mais eficientes que carregam apenas os dados necessários;
• Flexibilidade: permite aos desenvolvedores obter informações de múltiplas fontes em uma única chamada de API, reduzindo a necessidade de manutenção de várias APIs;
• Confiança: o tipo de sistema de GraphQL oferece um contrato forte entre cliente e servidor, o que garante que os dados são entregues como esperado.

Integração Webhook

As integrações por Webhook oferecem uma abordagem automatizada para transferência de dados em tempo real entre sistemas, aproveitando recursos tecnológicos avançados para uma comunicação ágil.

Conceito e princípios do Webhook

O Webhook é um método de comunicação entre sistemas que permite a troca de informações de forma automatizada e em tempo real. Ele funciona através de uma “callback” HTTP, que é uma URL fornecida por uma aplicação para onde outra aplicação enviará os dados assim que um determinado evento ocorrer. 

Diferentemente de uma API tradicional, que requer uma solicitação para obter dados, o Webhook atua proativamente enviando os dados assim que o evento acontece, sem a necessidade de uma requisição explícita por parte do receptor.

Casos de uso e benefícios das integrações Webhook

As integrações Webhook são particularmente úteis em cenários onde a atualização imediata de dados é crítica. Por exemplo, em sistemas de gestão de pagamentos, uma integração por Webhook pode informar instantaneamente sobre uma transação concluída. 

Dessa forma, outra aplicação comum é em sistemas de notificação, onde eventos como a criação de um ticket de suporte podem ser comunicados imediatamente às partes interessadas.

Os benefícios das integrações por Webhook incluem:

• Redução no tempo de resposta, contribuindo para processos mais eficientes;
• Minimização da carga sobre o servidor, pois não há necessidade de polling constante;
• Simplificação no fluxo de trabalho, visto que os dados são automaticamente fornecidos em resposta a eventos específicos.

Assim, a implementação de Webhooks possibilita a criação de fluxos de trabalho conectados que respondem rapidamente a mudanças, tornando os sistemas mais reativos e dinâmicos.

Quando usar cada tipo de integração?

A escolha do tipo de integração de sistemas via API depende de uma série de fatores, como estratégias empresariais, vantagens operacionais, desafios técnicos e custos associados.

Dessa forma, as empresas devem considerar seu ambiente digital para selecionar a abordagem de integração que melhor se alinha aos seus objetivos de negócios.

Tabela comparativa

Para dar a você uma visão mais dinâmica sobre cada um dos tipos, elaboramos uma tabela comparativa que pode ser útil na hora de fazer a sua escolha. Confira:

	REST	SOAP	GraphQL	Webhook
Protocolo	HTTP, HTTPS	HTTP, HTTPS, SMTP, TCP, e mais	HTTP, HTTPS	HTTP, HTTPS
Formato de dados	JSON, XML, YAML, etc.	XML	JSON	JSON, XML, etc.
Operações	Métodos HTTP (GET, POST, PUT, DELETE, etc.)	Operações definidas no WSDL	Queries e mutations definidas na schema	Eventos definidos que disparam HTTP POST
Padrões	Sem padrões oficiais, mas segue princípios REST	Padrões estritos (WS-I)	Sem padrões oficiais, mas segue princípios GraphQL	Sem padrões oficiais
Segurança	SSL/TLS, OAuth, etc.	WS-Security, SSL/TLS	SSL/TLS, OAuth, etc.	SSL/TLS, OAuth, etc.
Estado	Stateless	Stateless ou stateful	Stateless	Stateless
Performance	Geralmente mais rápido e leve	Pode ser mais pesado devido ao envelope XML	Reduz sobrecarga de dados, pode melhorar desempenho	Depende do evento e da carga de dados
Flexibilidade	Alta (permite diferentes formatos de dados)	Baixa (estritamente XML)	Alta (permite queries flexíveis)	Média (depende da implementação do evento)
Complexidade	Baixa a média	Alta	Média a alta	Baixa
Uso recomendado	APIs públicas, serviços web simples	Integrações empresariais, transações complexas	APIs flexíveis e eficientes em termos de dados	Notificações em tempo real, integrações event-driven

Tendências: o futuro da integração de sistemas via API

Como vimos, no contexto da transformação digital, a integração de sistemas via API é uma peça fundamental. As tendências apontam para um futuro onde as APIs se tornam ainda mais estratégicas no ambiente digital, facilitando a comunicação e a interoperabilidade entre diferentes sistemas e tecnologias.

A inovação contínua em APIs implica em uma maior adoção de arquiteturas orientadas a serviços, possibilitando que empresas desenvolvam soluções mais ágeis e adaptáveis. As tecnologias emergentes, como a inteligência artificial e o aprendizado de máquina, estão cada vez mais integradas através de APIs, proporcionando uma automatização mais inteligente e contextos de uso mais ricos. 

Um elemento chave nesse cenário é o iPaaS (Integration Platform as a Service), que se destaca por permitir que integrações mais complexas sejam executadas sem a necessidade de um hardware dedicado, reduzindo os custos e aumentando a escalabilidade. Desta forma, o iPaaS se apresenta como um facilitador para que empresas de diferentes escalas otimizem seus processos.

Assim, à medida que a tecnologia avança, espera-se uma gestão de APIs mais sofisticada, com recursos de segurança robustos e melhores práticas de governança de dados. Isso contribuirá para que a integração via API não apenas suporte o ambiente digital atual, mas atue como alavanca para futuros avanços tecnológicos.

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Conclusão

Como vimos até aqui, a utilização de integração de sistemas via APIs é uma escolha estratégica para empresas que buscam eficiência, agilidade e inovação.

As APIs suportam a escalabilidade ao permitir que novas funcionalidades sejam integradas sem a necessidade de alterações profundas na infraestrutura existente, e podem ajudar as empresas a se adaptarem rapidamente às mudanças do mercado e às necessidades em evolução dos clientes.

Além disso, a adoção de uma estratégia geral de integração de sistemas também é um passo importante na transformação digital das empresas, um processo que se mostra cada vez mais necessário no mercado competitivo atual.

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