No mercado de desenvolvimento de software é comum encontrarmos expressões como microsserviços e APIS. Embora sejam tecnologias diferentes, é bastante comum que ambas sejam usadas de forma equivocada, como se fossem o mesmo tipo de serviço.
Precisamos lembrar que o mercado de desenvolvimento de software é bastante concorrido e toda solução que possibilite aumentar a produtividade e a vantagem competitiva deve ser considerada. Assim, compreender exatamente o que é e como funciona cada estilo de arquitetura ou framework contribui para otimizar os resultados e potencializar o lucro do seu negócio.
Se você ainda não compreende a diferença entre microsserviços e APIs, não se preocupe, abaixo as principais dúvidas sobre o assunto serão sanadas.
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O que são microsserviços?
Microsserviços é um termo que designa uma nova abordagem de arquitetura no desenvolvimento de softwares, denominada arquitetura de microsserviços. Além disso, trata-se de uma abordagem mais contemporânea para empresas web services.
Ela é concebida pela fragmentação da aplicação em diversas partes menores que serão executadas com o mesmo propósito. Dessa forma, sua popularidade se dá justamente por facilitar o processo de desenvolvimento, integração e manutenção dos softwares.
Os microsserviços permitem que um aplicativo grande seja separado em partes menores e independentes, onde cada parte tem sua própria responsabilidade. Na prática, para corresponder a uma solicitação de um usuário, o aplicativo com base em microsserviços pode ativar muitos microsserviços internos para compor a resposta à demanda.
Segundo dados da O’Relly, 92% dos entrevistados apontaram que foram bem sucedidos na utilização de microsserviços. Além disso, 61% deles informaram que começaram a fazer uso dessa arquitetura há pouco mais de um ano, o que revela a tendência dessa prática.
Os pequenos serviços são desenvolvidos para executarem suas funções de forma autônoma, garantindo que toda a estrutura do software não seja comprometida, caso um deles dê problema. Assim, eles não precisam compartilhar códigos e a comunicação entre os componentes se dá por meio de APIs específicas.
Esse modelo de microsserviços permite que possamos empregar tecnologias diferentes mais adaptáveis em uma estrutura múltipla.
Assim, um microsserviço pode rodar em python para analisar dados específicos e, ao mesmo tempos, pode integrar outro serviço rodando em C# para integração com o ambiente de estoque, por exemplo. Dessa forma, cada serviço usa o seu grupo de tecnologias e tem suas próprias formas de tratar suas entradas e saídas.
Benefícios dos microsserviços
A estrutura em microsserviços traz diversos benefícios aos desenvolvedores e empresas que trabalham com webservices. As principais vantagens desse modelo são:
1- Microsserviços e a agilidade
Os serviços independentes permitem a organização de equipes menores e com funções independentes, com autonomia para executar suas tarefas. Desse modo, garante-se mais celeridade aos ciclos de desenvolvimento do software, que podem acontecer paralelamente.
2- Escalabilidade flexível
A estrutura também possibilita que cada serviço seja escalado, independentemente de todo o resto, para suprir demandas do aplicativo. Com isso, as equipes podem calcular precisamente a necessidade de infraestrutura e o custo de um recurso, mantendo a disponibilidade em episódios de alta demanda de um serviço.
3- Fácil implantação
Uma arquitetura de microsserviços também permite a integração dos serviços e entrega de forma contínua, possibilitando a implementação de novas ideias, bem como a correção caso não funcione da forma esperada. Dessa forma, esse movimento de experimentar e reverter pode ser realizado sem prejuízo ao restante da estrutura.
4- Liberdade tecnológica
A estrutura de microsserviços ainda oferece à equipe de desenvolvimento liberdade para escolher a ferramenta mais adequada na resolução de problemas específicos. Com isso, temos equipes criando microsserviços com ferramentas específicas para cada tarefa.
5- Microsserviços e o código reutilizável
A estrutura permite que os programadores utilizem os códigos dos serviços, posto que a equipe pode usar as mesmas funções para várias finalidades. Assim, um serviço pode ser componente de outro mais complexo. Dessa forma, a equipe não precisará escrever um código do zero e isso também contribui para a celeridade nas tarefas.
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6- Resiliência
Por ter uma estrutura fragmentada e independente, os microsserviços são mais resistentes à falhas no software. Como já mencionado, se der erro em um dos serviços, os demais seguem rodando e o aplicativo não é interrompido.
E o que é uma arquitetura monolítica?
A arquitetura de microsserviços é uma alternativa à já tradicional arquitetura monolítica que, como o nome sugere, é uma modelagem de desenvolvimento de software que cria serviços dependentes uns dos outros, em uma única estrutura.
Isso vincula um serviço ao outro, e desse modo, qualquer falha pode comprometer toda a estrutura. Nesse modelo também não é tão simples fazer experimentações ou acrescentar funções de forma prática, uma vez que implica em mexer em toda a estrutura que é única.
Ainda que a arquitetura de microsserviços se mostre mais eficiente e contribua com a redução de falhas para estruturas mais complexas, a arquitetura monolítica continua sendo bastante utilizada na construção de softwares.
No entanto, a tendência é cada vez mais a arquitetura de microsserviços se popularize e comece a ganhar espaço no mercado, já sendo adotada, inclusive, em grandes empresas como Netflix e Spotify, que utilizam tais estruturas em suas aplicações.
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Qual a diferença entre microsserviços e API?
Compreendido o que são os microsserviços, entenderemos agora o que são as APIs (Applications protocol interface) e, principalmente, como elas se relacionam com os microsserviços.
A API, ou Interface de Programação de Aplicações, designa os frameworks que garantem a interação de desenvolvedores com uma aplicação na internet.
Na prática, trata-se de uma interface de acesso e troca de dados de um ponto a outro. Elas podem ser públicas (disponíveis com acesso irrestrito), privadas (utilizadas localmente) ou de parceria (compartilhada entre negócios parceiros).
Na arquitetura de microsserviços, as APIs funcionam como o canal de comunicação entre os diferentes serviços. Por exemplo, autenticação via rede social, acesso a mapas ou acionar serviços meteorológicos dependem de APIs.
Dessa forma, podemos também permitir o acesso a usuários externos criando integrações e aplicações robustas, por meio das APIs. Podemos dizer, com isso, que um de seus objetivos é escalar um software com outro.
Qual a função da API Gateway nos microsserviços?
O API Gateway, ou porta de entrada, tem como função facilitar o roteamento, monitoramento e política de acessos aos microsserviços.
APIs dessa natureza são utilizadas para que aplicativos acessem dados, lógica de negócios ou funcionalidade de seus serviços de back-end.
Ao usar um API Gateway, o desenvolvedor pode criar APIs que habilitam aplicativos de comunicação bidirecionais em tempo real.
Outra funcionalidade é que o API Gateway dá suporte a cargas de trabalho conteinerizadas e sem servidor, além de aplicativos da web e das tarefas envolvidas no recebimento e processamento de até centenas de milhares de chamadas de API simultâneas.
Isso inclui ainda o gerenciamento de tráfego, suporte, controle de autorização e acesso, com fluxo controlado, monitoramento e gerenciamento de versões de API.
Assim, ele impede que haja exposição de preocupações internas a clientes externos, garante um controle de segurança flexível, bem como uma economia de custo em larga escala. O Gateway dá ainda suporte para que protocolos diferentes de comunicação interajam, além da performance em qualquer escala.
E qual o próximo passo?
Vimos neste material que Microsserviços são uma solução para desenvolvimento de softwares uma vez que dão mais agilidade, flexibilidade e autonomia aos desenvolvedores.
Outro ponto destacado no texto é a atuação e importância das APIs no desenvolvimento de uma arquitetura de microsserviços. Isso porque elas permitem a comunicação e acesso a dados entre os diferentes microsserviços, internos ou externos.
Esse acesso deve ser monitorado e, para isso, usamos o API Gateway que monitora e controla o acesso a milhares de outras APIS e microsserviços disponíveis.